Após mais de um século de controvérsias, com os senhores da pretensa religião reformada, as matérias, de onde estes forjaram a razão de sua ruptura, devem ser aclaradas, e os seus ânimos, dispostos, a compreender os ensinamentos da Igreja Católica sobre elas. Assim, parece que não se pode fazer coisa melhor do que, simplesmente, propor suas doutrinas, e bem distingui-las daquelas que lhe foram falsamente imputadas.
Com efeito, tenho notado, em diferentes ocasiões, que a aversão – que esses senhores têm pela maior parte de nossas doutrinas – está ligada às falsas ideias que conceberam e, frequentemente, a certas palavras que os impressionam de uma tal maneira, que – detendo-se aí prematuramente – nunca passam a considerar a substância das coisas. Por isso, logo me persuadi de que nada lhes poderia ser mais útil do que isto: explicar-lhes o que a Igreja definiu no Concílio de Trento, no tocante às questões que mais os afastam de nós, sem me deter naquilo que estes costumam objetar aos doutores particulares, ou a coisas que não são, nem necessárias, nem universalmente recebidas.