Exposição do museu da língua portuguesa

Exposição do museu da língua portuguesa Lucília Maria Sousa Romão


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arquivo e acontecimento e(m) discurso




Este livro traz importantes conceitos para o bibliotecário escolar como o conceito de competência informacional, na reflexão de Silva Vidal e Castro Filho. Embora os autores refiram-se a programas de incentivo a leitura, está claro que o conceito pode e deve ser estendido a processos metainformacionais, típicos dos realizados pelos profissionais da informação, como os processos de sumarização, classificação, indexação ou busca de informações. A área informacional inicialmente adstrita aos profissionais da informação, torna-se pouco a pouco, um imperativo também para alunos e professores, integrando o processo de aprendizagem, na máxima do aprender a aprender. Mas a autonomia a ser obtida por um letramento informacional (outro conceito trazido neste livro por Campelo) não dispensa atividades que integrem competências tanto do professor quanto do bibliotecário. São várias as áreas em que essa integração pode acontecer, até porque, como diz Sandra Dias e Lucília Maria de Sousa Romão, na formação de leitores, é preciso trabalhar com a linguagem verbal, oral, escrita e imagética. Romão propõe então, em suas análises discursivas, o trabalho com charges a fim de que percebamos o imaginário social construído sobre a imagem dos bibliotecários. Isto porque as crianças e os jovens entram em contato com os conteúdos contemporâneos veiculados em vários tipos de mídia. Até e inclusive nos livros didáticos. Por isso, entender um pouco o funcionamento das linguagens da mídia reveste-se de especial interesse na parceria entre professores e bibliotecários, para virar o jogo das charges apresentadas. Outras produções, como análises discursivas em filmes e vídeos, produzidos no ambiente escolar, podem advir dos projetos colaborativos entre professores e bibliotecários. A escrita da web também possui especificidades a serem trabalhadas conjuntamente pelo professor-bibliotecário, até porque a convergência digital transforma alunos em professores e os bibliotecários em editores e juntos, eles atualizam verbetes da Wikipédia, desterritorializando a biblioteca e a sala de aula. Os processos informacionais vivenciados nas plataformas online, como o preechimento de cadastros, a digitação de palavras-chaves em caixas de busca e outros detalhes da escrita da web, assimilados no ambiente de papel da biblioteca escolar, aumentam nossas capacidades cognitivas e emocionais, capacitando-nos para ouvir horas e horas de contos literários, científicos e artísticos. Atribuir palavra-chave ao texto é uma atividade que a criança pode aprender bem cedo nas redações escolares e portanto, o bibliotecário escolar pode atuar em seu próprio campo, tanto quando faz a hora do conto, quando ensina o aluno a fazer as pesquisas escolares. As atividades de leitura descritas neste livro aumentam a imaginação dos estudantes, dos bibliotecários e dos professores; acresce-se à leitura-imaginação, um outro tipo de leitura, hoje muito necessária no exercício da cidadania, que é também um tipo de escrita. Ler esses dispositivos informacionais e adquirir familiaridade com eles também constrói cidadania, aumentando a vontade de procurar e de encontrar estórias e memórias, por parte dos alunos e dos professores, para quem sabe, transformar bibliotecas e atitudes bibliotecárias descritas neste livro. Novas práticas de leitura na biblioteca escolar e um novo letramento informacional, visto na colaboração entre professores e bibliotecários, só podem aumentar nossa vontade de ler. Leituras que faremos em voz alta, na autonomia do aprender a aprender. Por esta razão este livro interessa a professores e bibliotecários interessados em novas maneiras de ensinar e aprender. Aqui são apresentadas pesquisas de bibliotecários e lingüistas, em possibilidades inovadoras da integração acadêmica e profissional. O professor escolar está preocupado com a didática dos conteúdos que ensina, as estratégias de ensino, a sequenciação de conteúdos, as teorias sobre currículo e os métodos de avaliação. A biblioteca e a sala de aula são lugares de memória. Mas memória entendida como um tempo que dura, um tempo-duração. Um entre-tempo, nem passado, nem futuro e por isso, revolucionário na produção de um novo tempo. É por isso que Ivete e Edmir pensam na biblioteca como uma estação-memória, em alusão implícita a uma estação de trem, com gente que vai e vem. É porque, ali, na plataforma desta estação, é a vida do lugar que veremos passar. Encontros e despedidas na poesia de Milton Nascimento ajudam a entender a biblioteca como estação-memória. Mas talvez precisemos de outros cantos para lermos esse livro no todo. O leitor perceberá tensões na hora do conto, entre os querem notícias do mundo de lá e os que gostam de poder partir sem ter planos, Silva Vidal e Castro Filho representam os primeiros e Madga Chagas, os segundos. Uma coisa é certa: ler e escrever não é o mesmo que andar ou falar, no sintagma de Iara Neves: para as relações associativas que se estabelecem entre bibliotecas, leituras, leitores e bibliotecários, é necessário aprender a biblioteca. Principalmente aprender que a biblioteca contém traços de virtualidade que a faz transbordar, ora em sala de aula, ora em sala de estar; ora em comunidade local; ora em comunidade global, ora em todos os livros, ora em apenas um: são dizeres sobre a biblioteca escola que a põem em movimento. Solange Puntel Mostafa

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