Um lugar em que a vida é tão previsível e controlável quanto insípida. Em que as paredes das casas são feitas de telas gigantes que reproduzem novelas e programas de televisão sem parar. Em que a tecnologia é onipresente e tem o papel de garantir um ambiente asséptico. A "ordem" é preservada pelos bombeiros que provocam incêndios ao jogar querosene naquilo que é visto como uma ameaça: os livros. E quem ousar defender os volumes também é incendiado.
Uma série de acontecimentos fazem o bombeiro Guy Montag questionar o que está acontecendo. Certo dia, ele entra em contato com Clarisse McClellan, uma vizinha curiosa, reflexiva e cheia de perguntas. Depois, sua mulher perde os sentidos ao tomar, sem perceber, uma dose exagerada de pílulas para dormir. Certa noite, uma mulher escolhe morrer queimada junto aos seus livros. Será que sempre foi assim? Por que alguém decide morrer por causa de livros? O que eles contêm? Por que Clarisse é tão diferente?
Fahrenheit 451 é uma obra de ficção científica, mas traz elementos surpreendentemente reais não apenas em relação ao momento histórico em que foi publicado (1953) como também aos dias de hoje. A indústria cultural e do consumo que rege populações, amortecendo suas percepções críticas e reduzindo-as a rebanhos idiotizados a ponto dos indivíduos se perderem de seus desejos e questionamentos. Por meio de uma narrativa ficcional cheia de aventura e suspense, a obra propõe também diálogos com acontecimentos históricos e princípios filosóficos que ecoam ainda hoje em nossa sociedade.
Distopia / Ficção científica / Literatura Estrangeira