Falando aos mortos

Para que servem os segredos: criar cumplicidades ou minar os afetos? No caso de Isabel e Nina, as duas alternativas são verdadeiras. Unidas por uma tragédia familiar, elas descobrem da maneira mais traumática a ambivalência de seu passado. FALANDO AOS MORTOS, quarto romance da premiada escritora inglesa Helen Dunmore, disseca as relações das duas irmãs e daqueles que as cercam, mostrando os dois lados da confidência.

Quando Isabel tinha sete anos e Nina, quatro, o pequeno Colin, irmão delas, morreu em seu berço, uma morte que as assombra desde então. Vinte e cinco anos depois, Isabel dá à luz seu primeiro filho — um parto complicado, no qual ela perde o útero —, e Nina vem em seu auxílio. Apesar de estarem intrinsecamente ligadas pelos acontecimentos de sua infância, as duas irmãs não poderiam ser mais diferentes. A bela Isabel casou-se e foi viver no campo. Nina, tão enigmática quanto sensual, viajou por todo o mundo como fotógrafa freelancer e vive sozinha em Londres.

Isabel, que brincava de ser a mãe de sua irmã como compensação à pouca atenção de seus pais infelizes, ainda é, de certa forma, a mãe de Nina — e Nina não está disposta a dividi-la com as outras pessoas integradas à trama: Richard, o marido ausente de Isabel; Susan, a babá inexperiente; Edward, o melhor amigo, com quem Isabel divide os ressentimentos. No entanto, quanto maior o convívio entre eles, mais as fissuras em seus relacionamentos vão aparecendo, e junto com elas, muitas lembranças dolorosas.

Helen Dunmore é autora dos aclamados A Spell of Winter — vencedor do primeiro Orange Prize, uma premiação de 30 mil libras ao melhor romance escrito por uma mulher—, Burning Bright e Zennor in Darkness.

"Dunmore atinge com perfeição a mais nobre função de um contador de histórias — fazer com que você tenha curiosidade para saber que acontece depois." — Sunday Times

"Uma escritora cujo estilo é caracterizado por um intenso lirismo." — Guardian