Este livro traz o resultado de uma investigação sobre as alterações que ocorrem na dinâmica familiar diante do diagnóstico de câncer em crianças e suas repercussões nos sujeitos envolvidos no processo. O suporte teórico da psicanálise, que orientou a escrita, atualiza-se frente às diversas formas de mal-estar trazidas pelo advento da doença na criança e pelos paradigmas que inscrevem os laços sociais, na atualidade.
A partir de uma contextualização do conceito de família, da Antiguidade à Hipermodernidade, consultamos o percurso freudiano, assinalado pelo momento sócio-histórico da Modernidade, com seus limiares norteadores, entre eles a própria família como instituição capaz de determinar o futuro de seus membros. Com Lacan, desde o período pré-psicanalítico de sua obra, pensamos o espaço familiar como um lugar importante na criação de laços sociais. No espaço da pesquisa-intervenção, como praticante da psicanálise, as situações observadas, descritas, as histórias contadas, nos encontros contingentes com as famílias, elucidam como elas lidam com o mal-estar imposto pelo diagnóstico oncológico e tratamento de seus filhos, os sujeitos-crianças, frente ao real que se impunha como esse indizível acontecimento.
Medicina e Saúde / Psicologia