Após ter convivido por longo período com feirantes, fregueses e frequentadores eventuais de uma feira livre da cidade de São Paulo, Leny Sato apresenta neste livro a complexa organização da feira, com seus diversos arranjos, combinações e modos de trabalho. Além das práticas regulares, nas bancas, há várias pequenas ocupações, criadas de modo tático e astucioso por pessoas que aproveitam os recursos oferecidos pelo local.
Tudo isso se dá num rico e estimulante espaço de sociabilidade, um espaço multidimensional, no qual as relações profissionais, familiares e de amizade constroem um trabalho que se sustenta na arte, na brincadeira e no conhecimento sobre esse ofício, que é profundo, sofisticado e remete à tradição.
A feira livre foi oficializada na cidade de São Paulo no início do século XX, e atualmente os feirantes envidam esforços para manter suas atividades numa megalópole onde os pequenos negócios foram sobrepujados pelos grandes conglomerados de autosserviço.