Ficções Completas reúne toda a obra ficcional escrita por Arnaldo Dias Baptista – o ex-líder da lendária banda Os Mutantes, com uma igualmente brilhante carreira solo na música e nas artes plásticas, agora mostra toda sua inventividade também na criação literária.
São três textos de ficção científica escritos nos anos 1970, mas que são surpreendentemente atuais: O Abrigo, conto com reviravoltas metafísicas que narra a fuga de um Planeta Terra tornado inabitável; The Moonshiners, conto escrito originalmente em inglês, retratando o encontro entre dois humanos e duas alienígenas que formam uma espécie de comuna flower power interplanetária; e, finalmente, Rebelde Entre os Rebeldes, uma novela de contornos épicos, com colônias e batalhas espaciais, e que desenvolve de maneira mais clara as preocupações filosóficas, místicas, éticas e estéticas de Arnaldo.
Dos três textos, apenas Rebelde Entre os Rebeldes já havia sido publicado em livro anteriormente. No entanto, a versão presente em Ficções Completas é radicalmente diferente, sem grandes interferências editoriais, conservando as características singulares presentes nos manuscritos originais de Arnaldo.
Ficções Completas é o décimo terceiro livro da Grafatório Edições. Uma edição especial, com projeto gráfico de Pablo Blanco, edição de Felipe Melhado, e que conta com ilustrações criadas por um personagem do livro: o supercomputador Horácio, a inteligência artificial que comanda a nave-lua Phobos. A edição também inclui dois textos complementares: um prefácio escrito pelo jornalista, biógrafo e crítico cultural Jotabê Medeiros; e um posfácio, escrito pelos pesquisadores André Araújo e Fernando Silva e Silva.
Sobre o livro
“Nessas histórias de Arnaldo, mundos morrem, mundos nascem, entram em colapso e morrem de novo. Os textos se valem de um delicioso hibridismo de dramaturgia, recheado de informações técnicas automobilísticas, sociológicas, esgares da linguagem de consumo, cultura pop e manuais técnicos de linha de montagem. O autor desenvolve um ritmo narrativo que encontra raros pontos de comparação com o que já existe na literatura brasileira”. – Jotabê Medeiros
“As ficções de Arnaldo Baptista estão muito ligadas ao momento em que foram criadas: meados dos anos 1970, período em que a cultura, e mais especificamente a ficção científica, passavam por grandes transformações no mundo e no Brasil. Nas três histórias, vemos algumas maneiras com que uma geração, marcada pela insatisfação com certos valores tradicionais, foi capaz de especular e sonhar com uma reinvenção política, cultural, tecnológica e subjetiva. A ficção científica, com sua longa história e a liberdade imaginativa que a caracteriza, foi onde Arnaldo pôde ensaiar, para além de suas célebres invenções musicais, uma reflexão instigante sobre as possibilidades e os impasses da criação de novos mundos” – André Araújo e Fernando Silva e Silva
Ficção científica