Filhos Selvagens

Filhos Selvagens Jonathan Kellerman


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Filhos Selvagens


Reflexões Sobre Crianças Violentas




São Paulo, outubro de 2002 – Na madrugada do dia 31, o casal Manfred e Marísia Richthofen foi assassinado com golpes de barras de ferro, pela filha, Suzane Louise, 19 anos, pelo namorado, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, e pelo irmão dele, Cristian, de 26. Suzane abriu a porta, certificou-se de que os pais estavam dormindo e acendeu a luz para facilitar o acesso. Ouviu os gritos, e, depois, limitou-se a perguntar: "Já acabou?"



Motivo: Proibição de namorar Daniel. Suzane declarou que planejou a morte dos pais por amor ao namorado.





São Paulo, novembro de 2002 – Gustavo Macedo Pereira Napolitano, 22 anos, matou a avó, 73, e a empregada, 20, a facadas. A mãe escapou porque não estava em casa. Ele mesmo revelou à polícia, com frieza e riqueza de detalhes, como cometeu os assassinatos.



Motivo: Aparentemente nenhum. Gustavo estava drogado.



Esta não foi a primeira, e, infelizmente, também não será também a última vez que, estarrecidos, vemos jovens de classe média alta protagonizando cenas dantescas como as que acabamos de mencionar e como tantas outras que estão sempre nas manchetes dos jornais.



Alguns anos antes, em março de 1998, em Jonesboro, Arkansas, Estados Unidos, Mitchell Johnson, 13, e Andrew Golden, 12, vestindo uniformes de camuflagem e carregando enormes quantidades de munição e armas roubadas, dirigiram-se a Westside Middle School, na vizinhança, e abriram fogo contra alunos e professores. Morreram quatro meninas e um professor. Outras 10 ficaram feridas gravemente. Mais grave ainda é que não foi descoberta nenhuma razão para o comportamento de Andrew e Mitchell.



O crime chocou o mundo e despertou o interesse do Dr. Jonathan Kellerman, especialmente no que dizia respeito à juventude dos assassinos, à premeditação e à frieza com que foi executado. No dia seguinte, Kellerman já escrevia Filhos selvagens.



Entre outros aspectos, o livro aborda a relação da violência na mídia e a agressividade nas crianças, analisando se é verdade ou não que elas aprendem pela televisão e pelo cinema que a violência é recompensada. Lança questões do tipo: se Freddy Krueger, o famoso protagonista do filme Sexta-feira 13, por exemplo, não existisse, um garoto de família aparentemente bem constituída, seria capaz de esfaquear a mãe? Difícil responder, até porque "as variáveis que influenciam fortemente o comportamento violento tendem a ser muito mais pessoais, do que trazidas para à tona com o manejo do controle remoto", diz o Dr. Kellerman.



A análise continua com explicações científicas para comportamentos tidos como anti-sociais e que merecem atenção redobrada de pais e médicos. Prossegue com a justificativa da medicina para a euforia, e o arrepio, "o lado divertido do crime", continua aprofundando aspectos que costumamos chamar de crimes sem sentido, e tenta dar inúmeras soluções definitivas a curto prazo. Também não foram esquecidas as questões científicas que passam pela genética, pela biologia, e os aspectos sociais que acabam envolvendo o problema.



Segundo o pediatra, psicoterapeuta e professor universitário Marco Antonio Figueiredo, autor da introdução de Filhos selvagens, "o livro é lançado aqui sob o impacto recente, no nosso cotidiano, da nossa violência, da violência das nossas crianças". Para Marco Antonio, este livro "se somará ao debate vigoroso que agora apenas se anuncia e, junto com as contribuições que virão das neurociências emergentes e de outros estudos do comportamento, há de conseguir nos livrar, e às pobres crianças, de nossa míope idealização".

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Andrea
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24/06/2009 18:00:55

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