Em Filosofia e História reúnem-se, entre outros, textos de análise das diversas correntes teóricas que têm marcado as principais escolas historiográficas no séc. XX. Fica claro que não existe - exceto no interesse de quem a manipula - a história dita "pura", essencialmente factual, que se pretende respeitadora dos acontecimentos tais e quais ocorreram.
A acusação de "sectarismo ideológico" aplicada a quem, como José Honório Rodrigues, faz justamente o contrário, é desmontada no sentido de provar que nada mais ideológico do que a veleidade antiideológica.
O livro tem duas partes. Na primeira, estabelece-se, de modo definitivo, as distinções e as razões de ser da história oficial e da história real. Define-se também, do ponto de vista teórico, a importante diferença, para a abordagem historiográfica, entre os termos memória, tradição e história. Isso, num momento em que os poderes oficiais desfavorecem a história em benefício da memória.
A segunda parte é formada por estudos em torno da metodologia e da ideologia na atividade historiográfica atual. As presenças de Marx, Weber e dos teóricos da Escola de Frankfurt são confrontadas entre si, numa análise que nào apenas enriquece a obra de José Honório Rodrigues, como também amplia consideravelmente as perspectivas da reflexão filosófica sobre o tema.