filosofia e homoafetividade

filosofia e homoafetividade Nadir Antônio Pichler...


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filosofia e homoafetividade





Depois do apogeu multissecular da complexa sociedade grega, a cosmovisão cristã (um dos berços do expoente máximo da homofobia a partir do século IV) levou à fogueira incontável número de gays e lésbicas, pelo simples ''pecado'' de existirem de forma ''imunda'' e ''bestial'' (Tomás de Aquino), ''difamando e caluniando a Deus'' (Epístola de São Paulo aos Romanos).

Este livro permite entender como esses princípios grassaram nos âmbitos da lei, da prática médica e da consciência social e como a questão do sexo passou da proibição à normativização política, econômica e técnica (século XVII), alimentando invariavelmente máquinas de biopoder, onde um grupo controla outro desde normas sexistas, processo bem elucidado por Francisco Fianco, com base em Foucault, no Capítulo V.

E também mostra a história do movimento LGBT, do feminismo nas relações internacionais e os avanços e retrocessos pontualmente condicionados, mas, sobretudo, significativos para entender a reafirmação da homoafetividade como condição natural, normal e amoral, porém ainda carente de proteção jurídica, rituais de transição e respeito, sendo, inclusive, suscetível a problemas normais que qualquer casal tem, no amor, na família e na sociedade.

A base da ressignificação pretendida para a homoafetividade reside nos novos conceitos de sexo, identidade de gênero, orientação e prática sexual, os quais, enquanto entendidos como determinantes um do outro, sempre suscitarão o espezinhamento da espécie humana em algum aspecto. Ora, pois, em pleno século XXI, ainda há países que consideram a homoafetividade crime, sendo, em alguns, passível de pena de morte. Isso são brasas de outros tempos ardendo hoje em forma de preconceitos.
Logo, se a escola, como sugere Adriel Scolari, no Capítulo IX, assumir seu papel de agente de mudanças e construtora de novos padrões de aprendizagem condizentes com sua época, será possível desestabilizar crenças racistas, sexistas, misóginas, homofóbicas e outras igualmente excludentes. E, somanando a isso os profundos e sutis entrelaçamentos dos âmbitos filosóficos, antropológicos, sociológicos, médicos e evolucionistas possíveis neste livro, chega-se a um horizonte que permite ver esses fenômenos como os últimos estertores de uma sociedade heteronormativizada aplacada frente à liberdade e sensatez de raciocínio, na exata proporção em que a brasa um dia vira borralho.

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João Marcelo
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25/03/2013 00:33:56

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