Na Itália, durante a Idade Média, um grupo de missionários perambula pelas estradas, sob sol e chuva, contrariando a imagem que fazemos da religião daquele tempo, trancada em mosteiros e concentrada em orações. Em vez de só mirarem o céu, são Francisco de Assis e seus despojados seguidores enxergam a presença de Deus em cada galho de árvore, no canto dos pássaros e nas atitudes dos homens ingênuos. Roberto Rossellini não encara a vida do santo de maneira idealizada, não se preocupa em representar a conversão do jovem arrojado em missionário piedoso. O cineasta italiano aproveita a lição do neorrealismo e filma sem mascarar a realidade, coloca monges no lugar de atores para representar os personagens e, assim, traduz a revolução franciscana em sua própria essência - a simplicidade.
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