Freud entre Apolo e Dionísio

Freud entre Apolo e Dionísio Zeferino Rocha


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Freud entre Apolo e Dionísio


recortes filosóficos, ressonâncias psicanalíticas




Freud era apolíneo por causa da formação recebida na mais genuína tradição clássica da cultura alemã e era, também, um dionisíaco graças à ambição de seu espírito conquistador. Em Apolo, o deus da luz e da razão, inspirava-se o seu espírito racionalista, influenciado pela Aufklärung alemã, e de Dionísio ele herdou a paixão pelo desconhecido, que o fez mergulhar nas profundezas da alma humana e destacou a sua dimensão irracional. Esse paradoxo vivo entre o apolíneo e o dionisíaco sustentou a quase impossível tarefa que ele se atribuiu de sistematizar teoricamente o estatuto metapsicológico do conceito de inconsciente, ousando, desse modo, colocar um pouco de sangue de Apolo nas veias de Dionísio e do sangue de Dionísio nas veias de Apolo. Não é de admirar, portanto, que o paradoxo entre o Freud apolíneo e o Freud dionisíaco tenha se desdobrado, em sua obra, entre o Freud pesquisador (Forscher), empenhado em fazer da Psicanálise uma Ciência da Natureza, e o Freud pensador (Denker), que, partindo da experiência clínica, construiu uma nova modalidade de saber, a que deu o nome de Metapsicologia.

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07/07/2010 11:17:00

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