Frio o bastante para nevar

Frio o bastante para nevar Jessica Au


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Frio o bastante para nevar





Primeiro vencedor do Novel Prize, prêmio literário coorganizado pelas prestigiosas editoras New Directions, Fitzcarraldo e Giramondo, Frio o bastante para nevar se passa nos poucos dias de uma viagem pelo Japão realizada por uma jovem australiana e sua mãe, nascida em Hong Kong. Debruçando-se sobre relações familiares complexas e a impossibilidade de se conhecer verdadeiramente o outro, a narrativa acompanha os episódios da viagem, mas também passeia por memórias da filha, que, como uma Sherazade da vida interior, sobrepõe lembranças e pensamentos ao sabor de seu fluxo de consciência.

Enquanto as duas visitam museus, cafés e livrarias, ela rememora episódios da história materna, passagens da infância de ambas e dos seus anos como estudante de literatura inglesa, quando se abriram para ela horizontes que a vida de imigrante negou à sua mãe. Como de costume, essas conquistas vêm acompanhadas de perdas, e a distância que se instala entre as duas ao longo dos anos é prova disso.

Na expectativa de estreitar o diálogo com a mãe, ela planeja uma viagem a um país estrangeiro às duas. “Pensei também que a primeira língua da minha mãe era o cantonês, e a minha, o inglês, e como só falávamos juntas em uma, e não na outra”, reflete a narradora conforme se dá conta da profundidade do mistério materno. Por trás da profusão de detalhes com os quais a filha preenche este relato — melancólico como o Japão chuvoso que elas visitam —, revela-se a brutalidade da relação entre mãe e filha. Pois, se à primeira vista este é um romance de pouca voltagem, a turbulência por baixo da sua superfície logo se torna palpável e incisiva. Durante os passeios, vemos como as questões de poder são negociadas, como a proximidade, que parece uma opção, nunca se materializa, como o passado e o presente, o eu e o outro, a arte e a vida são coisas que transitam num contínuo.

Espécie de meditação literária em que os pensamentos da narradora são mais centrais do que os fatos, Frio o bastante para nevar é uma elegia à busca pelo diálogo e uma poderosa reflexão sobre o papel da arte na expressão do que não pode ser traduzido em palavras.

Ficção / Literatura Estrangeira / Romance

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on 20/5/23


Tive muita dúvida em qual nota avaliar esse livro que tem tantos assuntos densos, mesmo sendo tão curto. Acompanhamos a protagonista nos envolver em um fluxo de consciência que unem uma viagem que está fazendo com a mãe e lembranças da sua infância, das suas relações. Em geral, a leitura não me prendeu tanto assim, mas confesso que a forma como a autora nos entrega a dificuldade que é colocar em palavras a relação mãe-filha é absolutamente rica, simples e me deixou cheia de indagações... leia mais

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Trocam1
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Jenifer
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14/02/2023 19:55:43
Jenifer
editou em:
14/02/2023 19:56:33

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