Futurismo

Primeiro movimento dotado de uma ideologia global, estética e política ao mesmo tempo, o futurismo inova profundamente a práxis artística, ao lançar mão, de maneira agressiva, de técnicas derivadas da comunicação de massa, ao criar um código capaz de responder às exigências de uma sociedade profundamente transformada pelo artifício e pela mecanização. Estética da matéria e, contemporaneamente, projeto de uma sociedade transformada pela arte, o futurismo projeta em sua proposta de refundação total do universo as instâncias produtivas e antológicas da dinâmica industrial, cujos ritmos, cujas novas percepções deseja introduzir na obra de arte. É desta “dimensão industrial” que brotam algumas das contradições do movimento de Marinetti — seus aspectos mais novos (estéticos), seus aspectos mais reacionários (políticos) —, aquela tensão entre revolução e manutenção do status quo, que não infirma, entretanto, seus êxitos positivos e a abertura de inúmeros caminhos para a arte do século XX.