Genealogias mazombas

Genealogias mazombas Bruno Silva


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Genealogias mazombas


Castas luso-brasileiras em crônicas coloniais




A construção de identidades regionais em face da miscigenação sociorracial da formação histórica brasileira é o foco desta obra, com destaque para crônicas beneditinas da segunda metade do século XVIII.
Bruno Silva apresenta os planos de integração do Brasil a Portugal, pois os genealogistas pretendiam criar um passado nobre para as elites pernambucana e paulista. Os principais da terra não se viam somente como súditos dos reis de Portugal, mas também descendentes de nobres, de vassalos que, com os soberanos, ajudaram a construir o reino português.
Nessa integração aos costumes lusitanos, os indígenas não estavam excluídos. Quando misturados, mas somente se mesclados e cristianizados com os valorosos portugueses, originavam estirpes nobres, capazes de integrar as qualidades dos naturais da terra aos bons genes provenientes do além-mar. A exclusão se fazia, porém, em relação aos negros. A nação portuguesa não comportava os descendentes de escravos, que não originavam bons vassalos.
No processo de observação das construções identitárias locais, o autor investiga os espaços coloniais de Pernambuco e São Paulo. A capitania nordestina chama a atenção por sua ocupação bem precoce na conquista colonial; sobretudo os acontecimentos ocorridos naquele espaço no século XVII, na ocupação dos batavos, oferecem a possibilidade de análises sobre o processo de ocupação, colonização e defesa da região. A importante economia açucareira, bem como a invasão holandesa da capitania, seguida da expulsão dos invasores pelos pernambucanos, resultaram no desenvolvimento de uma espécie de orgulho regional entre os homens locais, de fundamental importância para os letrados do século das "Luzes" forjarem uma identidade pernambucana.
São Paulo, capitania também antiga, é outro espaço privilegiado para o estudo das identidades, pois mais fechada em torno de si, com homens que se lançavam em empreitadas para derrubar barreiras geográficas e se colocavam frente a frente com terras desconhecidas e repletas de tribos hostis, e que acabaram por manter evidente distanciamento nas relações com o centro do poder, embora declaradamente fiéis ao monarca português. Assim, a capitania paulista se destaca como espaço que apresenta o desenvolvimento de cultura única e distinta das demais capitanias.
Com este livro, Bruno Silva procura demonstrar que as identidades forjadas por ilustradores pernambucanos e paulistas não rivalizavam com a portuguesa e cristã. Lança luzes sobre o passado colonial e os projetos de nação costurados por portugueses e brasileiros desde a vinda da família real ao Rio de Janeiro.

História / História do Brasil

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