“Giovanni Episcopo”, publicado originalmente em 1891, é o segundo romance da ampla e diversificada produção de D’Annunzio. Injustamente o menos conhecido entre os romances do escritor, junta a admiração pela narrativa russa (Tolstói e Dostoiévski) com alguma lembrança do naturalismo francês, principalmente Zola, e do verismo italiano, o das obras de Verga.
Longe do “glamour” característico de outras obras do autor, o protagonista do romance, Giovanni, homem medíocre e bondoso, de constrangedora fraqueza, é esmagado e humilhado pelo ambíguo e vulgar Giulio Wanzer (adaptação do super-homem nietzschiano). O monólogo, quase delírio do protagonista, mistura de “Memórias do subsolo” com “Humilhados e ofendidos”, retrata personagens quase metonímicos: Ginevra, mera sensualidade cruel; Battista, a humilhação através do alcoolismo e da doença; Wanzer, a arrogância do forte; Ciro, a inocência ferida; Giovanni, a fraqueza. Tudo no romance corre para a catástrofe final, necessária como em uma tragédia clássica.
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance