Ele caminha pela cidade todos os dias, levando nas costas uma guitarra e um skate; em sua cabeça sempre é possível ver um boné azul-marinho que possui o detalhe de um pequeno gavião bordado em branco; e nos pés calça botinas pretas, suas fiéis guardiãs. Seu nome é Henry Hawk, um caminhante assíduo, um estudante (nada assíduo) de Ensino Médio e guitarrista em uma boate de strip chamada Clube do Uísque. Henry Hawk não aparenta ser um adolescente saudável vivendo o período mais intenso de sua vida. Intensos são seus problemas, os quais encara com uma boa dose de indiferença, dar de ombros e cigarros. Ele mora com o pai alcoólatra em um casebre feio e tristonho, mas os dois raramente interagem. O que Henry Hawk jamais poderia prever era o acontecimento fatídico envolvendo seu pai, algo que o obriga a tomar uma decisão arriscada. Na noite de seu aniversário, Henry sai pelas ruas de Primavera, a cidade onde mora, em busca de uma mulher que é citada em lendas como capaz de curar causas impossíveis. Naquele instante algo está prestes a acontecer com Henry, a estação de trem de Primavera recebe a visita de um ser inimaginável.Em meio a uma estranha batalha, Henry depara-se com aquela voz arrebatadora e suprema que parecia ecoar por todo o Universo. Um ser transcendental se apresenta para o rapaz que, por sua vez, não se acha capaz de definir quem ou o que exatamente é esse ser. Mas Ele diz: “Você terá de servir aos meus propósitos a partir de agora. Foi designado para isso. Ou melhor, eu o designei. Talvez dê certo, você tem perfil para o negócio. Afinal, você não tem nada a perder... é vazio.” Ele contesta de início... mas sentia que aquela última frase vinha carregada de uma indubitável verdade. O vazio sempre andou de mãos dadas com Henry.
Aventura / Literatura Brasileira / Romance