Desde sua fundação por bandeirantes paulistas até meados do século XX, Catalão - uma cidade do interior goiano - era uma espécie de faroeste brasileiro. Histórico ponto de pouso dos mais variados tipos de aventureiros em busca de enriquecimento rápido, a localidade foi cenário de terríveis massacres e disputas políticas. Matadores, criminosos e foragidos de todos os quadrantes faziam do pequeno povoado um inferno de violência em meio ao trânsito de ouro, pedras preciosas e mercadorias. Os pistoleiros e valentões catalanos eram famosos por sempre resolver as discussões, até as mais irrelevantes, no tiro ou na faca. Ivan Sant’Anna, autor de narrativas de aventura e romances, segue o rastro de sangue desses crimes bárbaros, por meio de uma crônica que se aproxima da ficção. Recuperando fatos como o assassinato de um senador da República na rua principal da cidade, em pleno dia; um violento conflito envolvendo operários da ferrovia, cujo estopim foi a morte de uma prostituta; diversos tiroteios, massacres e até um linchamento, patrocinado por chefes locais, o autor busca resgatar o clima de medo desse rincão isolado e assustador.