Somente as idéias que sacodem o Universo têm o poder de se tornar ou uma benção ou uma maldição. Pois os homens matam e torturam por causa de suas crenças.
Para comprová-lo, basta observar a História passada ou presente. Já se perdeu a conta do número de guerras feitas em nome de Deus.
Quando predomina uma corrente filosófica-religiosa, os que pensam diferentemente são considerados hereges que podem pôr em risco o status quo. Providências enérgicas são, então, tomadas para que a "heresia" não venha a comprometer a "ortodoxia".
Nos primórdios do cristianismo, quando ainda era arriscado declarar-se cristão, existiam muitas seitas que vinham da Antiguidade. Algumas até já eram cristãs antes de Cristo. Mesto depois de cristianizadas, várias delas mantiveram suas idéias filosófico-religiosas. Entre elas estavam as que derivavam dos ensinamentos de Pitágoras, Platão, Hermes Trismegisto, assim como a dos essênios e outras.
Desse cadinho de seitas, uma delas despontou como a mais poderosa e, para firmar seu poder, passou a combater duramente o que considerava "heresia", para manter sua unidade. No início, excomungando e isolando os "hereges". Mas tarde, usando até as fogueiras do Santo Ofício.
O'Grady, com grande lucidez e imparcialidade, comenta as principais "heresias" - gnósticos, maniqueístas, marcionistas, pelagianos, neoplatônicos, etc. -, mostrando seus pontos comuns e suas divergências em relação aos pontos de vista da Grande Igreja, a Igreja de Roma.
Heresia: verdade herética ou erro ortodoxo?
Uma obra definitiva sobre o tema.