História de um País Inexistente

História de um País Inexistente Maria de Fátima Costa


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História de um País Inexistente


O Pantanal entre os séculos XVI e XVIII




Esta é a história de como os primeiros exploradores da maior área alagada do mundo - que os espanhóis inicialmente chamavam de Laguna de los Xarayes - se empenharam, freqüentemente com relatos os mais fantasiosos, outras vezes sem o menor êxito, em entender e explicar uma região de geografia ímpar, ora paradisíaca ora inóspita ao extremo, zelosa de seus mistérios e em constante mutação.

A América fabulosa não é uma mera invenção de artistas e escritores de fantasia efervescente. As incríveis histórias de gigantes que habitavam o extremo sul ou a de um sujeito possuído pela idéia de montar uma ópera no coração da selva ou ainda a de uma menina que com seu pensamento atraía milhares de borboletas estão inspiradas em experiência mais ou menos reais.

História de um País Inexistente - O Pantanal entre os séculos XVI e XVIII nos confronta com a gestação, o apogeu e o desaparecimento de uma dessas histórias maravilhosas: o mito criado a respeito da maior região inundável do planeta, localizada no centro do continente americano, e hoje universalmente conhecida pelo nome de Pantanal. Esta paisagem evanescente, com rios, baías e ilhas que um dia existem, porém que alguns meses mais tarde desaparecem, foi descrita desde o século XVI pelos conquistadores espanhóis. Ora com perplexidade ora com desespero, os narradores tentam apreender uma natureza que lhes escapa e empenham-se em explicar uma geografia que eles mesmos não conseguiam compreender. Na Europa, as informações passadas por esses atribulados expedicionários são incorporadas nos compêndios do saber da época como dados fidedignos. A partir de algumas destas publicações, os laboriosos holandeses se dão a tarefa de cartografar meticulosamente o interior da América do Sul. Surge assim a história e a representação de um lugar inexistente: a imensa Laguna de los Xarayes, onde se encontra o paradisíaco reino dos índios Xarayes.

Maria de Fátima Costa recompõe aqui a fantástica crônica gestada terra adentro na América do Sul e persegue os passos da criação de um mito geográfico, desvelando um a um os elos desta invenção. No horizonte histórico, acompanha o devir de uma região que surge como espaço espanhol e é transformado em lusitano. Com erudição, confronta escritos, ilustrações e mapas oferecendo um riquíssimo leque de fontes e publicando, entre outras, as primeiras imagens naturalistas do interior do Pantanal, realizadas pelo italiano Miguel Ciera em meados do século XVIII.

Este livro acompanha o mito até a sua morte. Como demonstra a autora, em meados do século XVIII, a castelhana Laguna de los Xarayes é despida das suas maravilhas quinhentistas e dimensionada como espaço geograficamente determinado. A famosa lagoa passou então a ser nada mais que o rio Paraguai espraiado, que os luso-brasileiros chamarão finalmente de Pantanal.

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on 24/5/19


Maria de Fátima Costa recompõe aqui a fantástica crônica gestada terra adentro na América do Sul e persegue os passos da criação de um mito geográfico, desvelando um a um os elos desta invenção. No horizonte histórico, acompanha o devir de uma região que surge como espaço espanhol e é transformado em lusitano. Com erudição, confronta escritos, ilustrações e mapas oferecendo um riquíssimo leque de fontes e publicando, entre outras, as primeiras imagens naturalistas do interior do Pantan... leia mais

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