As Historiæ adversum Paganos foram escritas por sugestão de Agostinho, a quem são dedicadas. Com feito, àquele santo norte-africano afligiu, como a muitos outros homens cultos do seu tempo (como Jerónimo ou Ambrósio), o saque de Roma pelos Visigodos de Alarico, em 410. Agostinho teria pedido ao seu jovem discípulo que investigasse as causas que contribuíram para essa tragédia; Orósio, polemista, redigiu as Historiae com forte carga religiosa, acusando os pagãos pelo sucedido, por ainda não se terem convertido ao Cristianismo, a verdadeira religião. Esta obra seguiu "A Cidade de Deus" de Agostinho, onde contrapõe a cidade terrestre (Roma) humana, corrupta e perecível, e à cidade celeste, divina, incorruptível e, essa sim, verdadeiramente eterna.
Esta história foi a primeira tentativa de escrever uma história do Mundo guiada pela Providência Divina. Conheceu grande êxito, tendo sido difundida entre árabes e ortodoxos, e até a Inglaterra chegou um manuscrito latino, o qual viria a ser traduzido pelo rei Alfredo, o Grande, no século IX.