Todas as vezes que fazia sexo com Habara, ela contava uma história estranha e apaixonante. Como a Xerazade das Mil e Uma Noites. Ao contrário da antiga lenda, Habara não tinha a mínima intenção de decapitar a mulher ao nascer do Sol (para começar, nunca ficava deitada com ele até ao amanhecer). Conta histórias porque gosta, pensou. Ou talvez quisesse compensá-lo por ele passar a vida sozinho em casa. Mas não devia ser o único motivo, palpitava-lhe, devia apreciar o ritual de manter uma conversa íntima com um homem na cama, particularmente naqueles momentos de languidez após o coito.
Contos