O cheiro da terra vermelha depois da chuva é algo de que nunca me esquecerei. Assim como jamais perderei o enlace dos dias mais frios de Curitiba, quando tudo fica cinza e o sol parece nunca mais ter forças para aparecer. De certa maneira, essa umidade que passa pelos poros do meu corpo me faz sentir o cheiro do interior. Uma simbiose completa entre o antes e o agora, como se tivesse ficado parado no intervalo entre esses dois pontos: a pausa desenhada em uma partitura musical só faz sentido, justamente, porque está parada entre o que veio antes e o que virá depois, ou seja, nasce a partir da estática para, então, colocar-se em movimento.
Literatura Brasileira