O tabuleiro em que se dá o embate que resulta no mundo como conhecemos é o próprio mundo! Com seus 88 artigos publicados em livro neste O império do Caos, Pepe Escobar nos apresenta um mosaico desconcertante da coerência cataclísmica do advento global em curso do Império do Caos.
Em cena, o cinismo de neoliberalismos, de intervenções ditas humanitárias na Líbia, na Síria e na África, de listas de abate de Obama é corrosivamente aviltante. O espetáculo da jihad-ostentação em Saint Tropez, de magnatas “comprando” a água da Patagônia, da opulência sangrenta e repressiva na Península Árabe, de mortes tratadas como “dano colateral” no Grande Oriente Médio e na África é dos mais consternadores.
Os movimentos geopolíticos dos grandes jogadores do Novo Grande Jogo da Eurásia – China, Estados Unidos, Rússia, União Europeia –, que pouco a pouco substitui a dominação mundial dos Estados Unidos como única superpotência, envolvem força bruta, poços, oleodutos, gasodutos, trilhões de yuans, de dólares e de euros, terrorismos, reservas de ouro e moeda, bancos, estradas, portos, bolsas de valores, exércitos, rotas marítimas e terrestres, ferrovias, corporações, mercenários, guerras declaradas ou não e populações inteiras numa rede planetária muitas e muitas vezes espantosa.
Contudo, são essas alianças e disputas que hoje mesmo estão constituindo o tecido do novo sistema multipolar por onde vão circular os nutrientes econômicos, políticos, diplomáticos e culturais de um novo mundo que já sabemos estar a caminho, mas cujos prazos e custos mal podemos vislumbrar.
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