Após meia década em Aracaju, eis o que se viu e viveu: juventude, cansaço, amor, solidão, calote, caranguejo, desamor, boemia, suco de mangaba, exploração de patrão safado, água de coco, decepções inquietantes, frustrações políticas e pessoais, medo, coragem, desamparo, a areia da Aruana em todos os lugares depois de meses sem ir à praia, amendoim, cachaça no bar da Draga antes de voltar para casa, desterro, sonho, forró e saudade. E olhando para esse amontoado de bagagens, vejo se formar com clareza um complexo mosaico, coletânea de narrativas comuns que poderiam, quem sabe, até fazer parte de memórias alheias nesse desengonçado Brasil de começos de século 21. Por olhos estrangeiros neste encontro de caminhos, mais para coçar que para alcançar o mundo, nasceu Intrusilhada.
Literatura Brasileira / Poemas, poesias