A obra costura ciência e crítica. Elmi El Hage Omar revela contradições legitimadas por modelos sociais e políticos, dissecando documentos, buscando sinais nas entrelinhas. Como foram os sinais encontrados no subsolo do local onde hoje, supostamente, jaz a antiga igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Diferente, porém na conclusão. O texto revela e põe às claras, ao contrário dos resultados divulgados pela análise viciada por interesses colidentes.
Construtivista na essência deixa a nu as estruturas de poder do período escravista e depois dele, tese convenientemente costurada pelo olhar científico e indignado que pode ser apreendido em cada página. A contradição é a mãe da crítica. Esse é o tom que Omar dá à obra que fecha o ângulo. Faz uma macrofotografia da cidade de Guarulhos com foco preciso na retirada violenta da igreja e na sua alocação em local periférico.
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