Jack Foley, um experiente ladrão de bancos, escapa de uma prisão, com outros companheiros de cela, através de um túnel. Do lado de fora, num estacionamento próximo ao presídio, seu cúmplice Buddy o aguarda aflito num Cadillac que acabara de roubar. Em outro carro está a bela e charmosa agente federal Karen Sisco, que fala ao telefone e demora a perceber o que está para acontecer.
Os prisioneiros saem como ratos do buraco e correm em diferentes direções. Karen ouve o alarme e os tiros, pega uma arma e sai do carro, mas numa questão de segundos é rendida por Foley e obrigada a entrar no porta-mala do carro. Ele junta-se a ela, enquanto Buddy sai em disparada para o encontro de um outro comparsa.
Enclausurada e com o corpo colado ao do assaltante mais procurado do FBI, Karen tenta encontrar uma forma de libertar-se. Mantém a arma escondida, mas está sem posição para atirar. Durante a viagem, os dois travam, então, uma curiosa conversa sobre cinema, paixão de ambos, além de outros assuntos. Só que Karen — e muito menos Foley — não esperava que daquela inusitada situação pudesse surgir uma atração muito forte entre os dois.
Num momento de distração de Foley, no encontro com o terceiro cúmplice, Karen consegue escapar. Passa a integrar a força policial que caça os fugitivos e começa uma implacável perseguição a seu seqüestrador. Seria uma busca ao bandido ou a seu objeto de desejo? Ele, por sua vez, também não mais consegue tirá-la do pensamento.
O destino se encarrega de uni-los novamente. Eles encontram-se no bar de um hotel em que ela está hospedada e acabam vivendo uma tórrida noite de paixão. Como o amor é um dos mais antigos mistérios não resolvidos da humanidade, a trama de Elmore Leonard deixa o leitor na expectativa de que o bandido com pinta de James Bond vire mocinho ou de que a policial heroína perdoe o ladrão.
O autor consegue imprimir romantismo e sexualidade em um roteiro de extrema violência em sua narrativa. Seus bem-elaborados personagens são fadados ao insucesso, protótipos de perdedores psicóticos, impulsivos e cruéis. A trama mantém um ritmo intenso desde as primeiras linhas, com inesperadas viradas de tirar o fôlego, surpreendendo até os mais profundos conhecedores das irresistíveis narrativas de Elmore Leonard.