Jornada de Paixão

O autor de AGONIA E ÊXTASE e A VIDA TRÁGICA DE VAN GOGH volta a retratar neste livro a carreira de um pintor, na sua tempestuosa passagem da obscuridade para a plena expressão de si mesmo através do devotamento absorvente e total à sua arte. Pois a existência de John Noble, transcorrida por inteiro com a veemência de uma jornada de paixão, foi constante intermitência de êxtases e agonias, como os que Vincent Van Gogh e Miguel Ângelo viveram e sofreram.

Desde a juventude John Noble foi impelido por uma fome ansiosa, que não conseguia definir. Quando, por fim, compreendeu o que buscava, atirou-se sem quaisquer reservas, entre alvoradas de júbilo e abismos de miséria, à tarefa de buscar nos céus nebulosos, nas planícies ilimitadas e nos mares infindos a essência universal reclamada por seu espírito atormentado, seu coração sequioso e sua arte apaixonada.

Irving Stone mostra admiravelmente como a vida de John Noble foi um ato de amor, na dedicação ao seu ideal artístico de levar os quadros a se projetarem além das molduras para um ponto do infinito, e no amor humano que nunca lhe faltou: de Elizabeth, a mãe que profundamente o compreendeu; de Frances, que o deixou partir para que se realizasse; de Maud, a parisiense que se ligou a ele com a leveza de seu modo boêmio; de Amélia que viveu e continuou a seu lado através de longos anos alternados de paz e terror, porque ele sabia criar motivos de sublime beleza, iluminado na tela, em termos de arte, tudo quanto lhe parecia confuso e misterioso na própria vida.