Neste caderno, iremos debater um tema muito significativo para os jovens, os Projetos de futuro. Estamos chamando de projeto de futuro a relação que os jovens têm com os planos que constroem para a vida, tanto no presente quanto em um futuro a pequeno, médio ou longo prazo.
Partindo da premissa de que uma das funções sociais da escola é a de uma formação cidadã dos jovens alunos, acreditamos ser fundamental refletir sobre como a escola e os professores podem contribuir de forma mais ou menos contundente com os processos de construção dos projetos de futuro dos jovens. Você já pensou no tamanho dessa responsabilidade? Contudo, o que escutamos de alguns jovens diz mais de uma descrença no papel da escola em propiciar reflexões e diálogos sobre os projetos de futuro do que de uma potencialidade nesse sentido. Não lhes parece que os professores e a instituição estejam muito interessados nos planos que têm em relação aos estudos ou para quando saírem de lá.
Observamos que é muito mais comum os jovens atribuírem à família e aos outros meios sociais em que circulam os papéis de motivação, incentivo e cobrança em relação aos investimentos nos projetos de futuro do que à escola. Entretanto, se, por um lado, a escola não tem se apresentado como uma instituição orientadora de tais projetos, por outro, a maior parte das famílias, sobretudo das camadas populares, veem exatamente nessa instituição a possibilidade de um “futuro melhor” para seus filhos e depositam todas as suas fichas no investimento escolar.
Nesse jogo de “empurra-empurra”, os jovens correm o risco de se verem sozinhos diante de seus próprios destinos. Assim, o que, a princípio, deveria ser uma preocupação de todos, passa a ser responsabilidade unicamente dos indivíduos, que também se tornam responsáveis solitários pelos seus sucessos e fracassos, acentuando ainda mais o caráter meritocrático dos êxitos obtidos.
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