Last river together

Last river together Leopoldo María Panero


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Last river together


Edição bilíngue




Aqui, leitor, você encontra um dos maiores escritores que já passou pelo nosso mundo, aliás, nas próximas páginas há um poeta para além das amarras do tempo: Leopoldo María Panero (Madri, 16 de junho de 1948 – Ilhas Canárias, 05 de março de 2014).

Panero faz parte de uma tradição literária que encontra poesia no feio, no grotesco, no escândalo e que pensa o poema numa escuridão que ilumina, num inferno paradisíaco no qual surgem eletrochoques anarquistas, pederastas santos, bêbados lúcidos, vagabundos essências e o louco e o louco e o louco outra vez e uma vez mais, mostrando que no cárcere está a semente da liberdade e na falta de juízo, a sabedoria final. Opondo-se a todos os valores sociais vigentes, ele encontra numa poética da crueldade a sua própria cura.

Aos 21 anos foi internado pela primeira vez num manicômio pela sua mãe devido a sintomas de esquizofrenia que se desenvolveram durante o período em que esteve preso por razão de sua militância anti-franquista. No fim dos anos 80, ele se internou noutro manicômio, Mondragón, e quase 10 anos depois ingressou no hospital psiquiátrico de Las Palmas de Gran Canaria, onde viveu até o dia de sua morte.

Por meio de sua escrita, conta-nos sobre sua vida de prisões, dores familiares, ressentimentos, tristezas. No entanto, não deixa fincar os pés no chão da lucidez, pois a loucura não passa de um sintoma social. Ao atacar a tudo e a todos, ao buscar inclusive sua própria destruição, declara seu profundo desprezo pelo mundo. A missão do poeta segue sendo a de proporcionar consciência crítica ante o suposto bem-estar da sociedade.

Querido leitor, Leopoldo mostrará que a verdade não é o mijo na calça, nem o olhar mirando o nada, tampouco nossos delírios de infância amaldiçoados por cachorros loucos e que o real habita uma criança morta, está nos reflexos dos retratos daqueles que esquecemos e impresso nos mapas dos continentes desaparecidos.

É mais do que necessário celebrar essa publicação, esse poeta, afinal, um dia Leopoldo esteve entre nós com o seu cigarro aceso e seu fumar de estrelas e mesmo que seu corpo já esteja putrefeito em simbiose com outras criaturas escuras, sua lucidez seguirá sendo uma serpente com asas a voar pelos séculos.

Literatura Estrangeira / Poemas, poesias

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Jenifer
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