LAVÍNIA É MAIS ROSA QUE ESPINHO reúne prosas poéticas sobre violências cotidianas de gênero. Femininos diversos narram horrores banalizados e brutalidades há muito tempo enraizadas na sociedade contemporânea. A obra tem tom de denúncia. De abraço. E de troca. O livro tece respiros e enfrentamentos por meio de versos cortantes e imagens quase que fotográficas do narrado, sem lançar mão de sutilezas poéticas. Na impossibilidade de silêncio, as autoras se ancoram na linguagem para questionar e abraçar a vida delas e de todes. É com a força da vulva que elas seguem em frente, juntes, com Lavínia. “Na embriogênese da genitália, todo mundo teve vulva”. É na pulsão de vida que os espinhos vibram, se estes podem ser formados a partir de modificações nos ramos caulinares ou em tecidos foliares da rosa, entrar nas fendas, nas brechas de sentido, mergulhar nas feridas e nos silenciamentos dos femininos com fôlego de mar aberto se faz possível e urgente.
Literatura Brasileira / Poemas, poesias