Leitores que vão para o inferno

Leitores que vão para o inferno Cristian Brayner


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Cristian Brayner Bibliotecário e doutor em Literatura. Foi Diretor do Ministério da Cultura.
A censura aos livros explodiu no mundo inteiro. Somente nos Estados Unidos, em 2022, foram mais de 2.571 títulos proscritos, um recorde nos últimos 140 anos.

Já no Brasil recente, presenciamos inúmeras tentativas de banimento de obras consideradas “perigosas” e “subversivas”. Em 2018, o Santo Agostinho, famoso colégio católico da cidade do Rio de Janeiro, baniu o livro “Meninos sem Pátria”, de Luiz Puntel, sob a alegação de “doutrinar crianças com ideologia comunista”. Dois anos depois, a Secretaria de Educação de Rondônia ordenou o recolhimento de 43 títulos literários com “conteúdos inadequados”, dentre eles “Macunaíma”, de Mário de Andrade. Também presenciamos a Fundação Palmares expurgar de sua biblioteca e recolher numa sala intitulada “acervo da vergonha” obras de Tolstoi e Durkheim, além de clássicos do pensamento brasileiro como Nelson Werneck Sodré e Celso Furtado.

Frente a este quadro de obscurantismo, exponho, de forma clara e divertida, uma série de narrativas criadas nos últimos séculos a respeito dos supostos efeitos maléficos dos livros. Também são apresentadas algumas estratégias a serem adotadas no combate à censura e às fake news.

Meu desejo é que o riso de repulsa que tais discursos absurdos e violentos geram nas pessoas comprometidas com a democracia e os direitos humanos se torne uma poderosa ferramenta contra toda prática de censura, garantindo, assim, o acesso pleno ao livro.

É quase um pedido de socorro, diante das ameaças de ontem e de hoje contra o poder civilizatório e libertador – e, por isso mesmo, emancipador – dos livros e da literatura em nossas vidas. Um pedido de ajuda diante dos riscos aos quais eles, os livros, têm sido expostos ao longo de sua existência e que, pelo visto, por mais um bom tempo adiante ainda haverão de ser, perseguidos pelas variadas facetas do obscurantismo.
Galeno Amorim, jornalista e escritor, ex-Presidente da Biblioteca Nacional e do Centro Regional do Livro na América Latina e no Caribe (Cerlalc-Unesco)

“A obra nos convida à reflexão sobre os desafios atuais da leitura, mergulhando em questões envolvendo censura, preconceito e ditadura. Encarando cada página como uma semente prestes a germinar, esta obra nos incita a abandonar a indiferença em relação aos livros e convoca os agentes de leitura a militarem corajosamente – para que haja, acima de tudo, “uma convivência respeitosa de livros nas estantes”.
Duilia de Mello, astrônoma, vice-reitora da Universidade Católica da América (Washington D.C.) e guardiã da Biblioteca Oliveira Lima

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