Lilith, a primeira Eva

Lilith, a primeira Eva Siegmund Hurwitz


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Lilith, a primeira Eva


Aspectos históricos e psicológicos do lado sombrio feminino




Na tradição cabalística, Lilith seria o nome da mulher criada antes de Eva, ao mesmo tempo que Adão, não de uma costela do homem, mas ela também diretamente da terra. Ela se tornará, como veremos, intihadora de grandes conflitos e amores ilegítimos; a perturbadora de leitos conjugais. Representará, ademais, a mulher desdenhada ou abandonada por causa de outra, os ódios contra a família, o ódio aos casais e filhos.

Suas origens longínquas se situam na velha Babilônia, onde os antigos semitas adotaram as crenças de seus predecessores, os sumérios, e está ligada aos grandes mitos da criação. Laços estreitos a unem à serpente: lembranças de um culto muito antigo que honrava uma Grande Deusa, ou Grande Mãe, ou Grande Serpente-potência cósmica do Eterno Feminino adorada sob o nome de Astartéia, Ishtar, Innana etc. A palavra suméria lil (vento, ar, tempestade) pode ser entendida no mito como o vento ardente que, segundo a crença popular, punha em febre as mulheres logo após o parto. Lilith foi primitivamente considerada uma das grandes forças hostis da natureza, parte de um grupo de três demônios, um macho e duas fêmeas.

Foi provavelmente durante o cativeiro da Babilônia que os judeus travaram conhecimento com esse demônio, ativo principalmente à noite. Ora representada como uma prostituta de seios secos, que não podia ter filhos; ora como uma linda jovem com pés de coruja, o que identificava sua vida noctívaga.

No Talmude, século 6 a.C., mesmo pouco havendo sobre ela, aparece como a primeira mulher de Adão. Conta-se que, feita do mesmo barro que moldou Adão, não se deixou subjugar por ele durante o primeiro intercurso sexual, levando-o a se sentir repelido e desejoso de outro tipo de companheira. Lilith queria fazer valer seus direitos de ser também uma criatura de Deus. E apresentava sua opinião e sua palavra como tão importantes como a de Adão. Ficando a situação insustentável, dizem que fugiu para o Mar Vermelho, o lar dos espíritos malignos. Teve muitos filhos, chamados lilin. Deus enviou três de seus anjos - Senoy, Sansenoy e Semangelof - mas Lilith se recusou-se a voltar se fosse para continuar a situação anterior. A fuga, então, converteu-se em expulsão. Passou a ser considerada um vampiro, pois tinha poderes sobre os bebês e os homens que dormem sozinhos. Para escapar de sua maldição, as mulheres grávidas protegem suas crianças mesmo antes do parto com uma medalha gravada com os nomes dos três anjos do Senhor.

Durante a Idade Média suas histórias se multiplicaram. Era identificada, por exemplo, como uma das duas mulheres que foram ao rei Salomão para que ele decidisse qual das duas era a mãe verdadeira da criança que ambas reivindicavam.

Uma forte crença em sua presença foi encontrada entre os elementos mais conservadores da comunidade judaica do século XIX. Chamanda por muitos de Rainha do Mal e Mãe dos Espíritos Malignos, Lilith é representante de um ser que aparece na maioria das culturas. As mais antigas, além dela mesma, incluem a lâmia grega, a langsuyar malaia e também a loogaroo, a sukuyan e a asema, vampiras da área do Caribe.

Além de mencionada no Antigo Testamento, outro texto fundador onde aparece o mito é a Cabala, por volta de 1600, onde vemos Lilith unir-se a Sammael.

A literatura interessa-se sobretudo por Lilith revoltada, que, na afirmação de seu direito à liberdade e ao prazer, à igualdade em relação ao homem, perderia a si própria, assim como perde aqueles que encontra. O mito de Lilith tem por função afastar dela os homens, alertando-os do perigo que representa para eles. Sua função principal, contudo, seria alertar as mulheres: aquela que não segue a lei de Adão será rejeitada, eternamente insatisfeita e fonte de infelicidade. Dessa maneira, rejeitada pela sociedade dos homens, deseja fazer-se conhecer, se necessário for, pelo avesso, ou seja, pelo mal que lhes faz.

Lilith nos lembra eternamente que as forças do mal respondem às forças da vida, e que tudo se equilibra - dia e noite, trevas e luz, masculino e feminino. Lilith nos diz, ainda, que há sempre algo a descobrir, com resultados benéficos, em qualquer parte da criação.

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O Livro de Lilith
Caçadores de demônios
Venator

Resenhas para Lilith, a primeira Eva (2)

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Quem criou o livro... pode acressentar essas ou outra sinopse:
on 21/4/10


Sinopse da Saraiva: O primeiro capitulo da Bíblia, conta a história de Adão e Eva ...mas segundo o Zohar (comentário rabínico dos textos sagrados), Eva não é a primeira mulher de Adão. Quando Deus criou o Adão, ele fê-lo macho e fêmea, depois cortou-o ao meio, chamou a esta nova metade Lilith e deu-a em casamento a Adão. Mas Lilith recusou, não queria ser oferecida a ele, tornar-se desigual, inferior, e fugiu para ir ter com o Diabo. Deus tomou uma costela de Adão e criou Eva, mulher ... leia mais

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Bill
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21/04/2010 19:33:14

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