Desde menina, Iara disse, claro e alto, a que veio.
Disse sem meias palavras. Disse com o corpo inteiro.
Logo, logo, disse também com a música.
Sempre quebrando expectativas, garantindo aquele algo mais, visceral, total.
Toda semana poesia e, de repente, um domingo de prosa. Mas ainda poético, porque ela não consegue não poetar, queira ou não, acaba lambendo fonemas, até no fogão.
De tomo em tomo nesse livro você vai tomando tento que com ela o negócio é mais embaixo.
E bem mais em cima.
Em vez de discursos feministas ela prefere jogar a mulher que ela é, a mulher que a mulher é, quando fêmea, na cara de quem lê.
Totalmente sem-vergonha: louvados sejam as deusas por isso.
Porque isso é o que há de mais feminista.
Diz que Afrodite fala com ela. Acho que fala através dela.
Sei uns poucos nomes da nova mulher.
Um deles, certamente, é Iara Rennó.
Alice Ruiz
Erótico / Poemas, poesias