A partir de 2002, com a oficialização da Libras no Brasil, houve um grande movimento de difusão da língua em alguns segmentos sociais, com vídeos de pessoas sinalizando nas redes sociais, em alguns poucos programas televisivos e em vinhetas que informam a idade mínima permitida pela censura. Em canais governamentais, passaram a ser obrigatórias as janelas com a tradução da programação, feita por intérpretes de Libras. Apesar desses fenômenos positivos, a Libras continua tímida na ocupação do principal espaço de produção e apropriação do conhecimento: o contexto escolar.
Entendemos que a escola com o propósito inclusivo tem como fundamentos o respeito, o acolhimento das diferenças individuais e o compromisso com o ensino-aprendizagem de todos os alunos e alunas. Assim, deve incorporar a Libras em seu currículo, como mais uma língua que complete as atividades do processo de ensino-aprendizagem, sempre que estiverem matriculadas crianças surdas entre os estudantes. O direito à educação bilíngue é, portanto, um importante objetivo a ser conquistado pela escola inclusiva.
A educação bilíngue para surdos é uma situação social que demanda inúmeras mudanças no sistema de ensino e na organização político-pedagógica da escola inclusiva, sendo necessário: o aprendizado de Libras como segunda língua por professores e alunos; a incorporação no currículo da história da educação de surdos e dos artefatos culturais das comunidades surdas; a capacitação e contratação de profissionais bilíngues e o acesso aos futuros professores e alunos surdos à gramática e ao uso da Libras.
Esta obra tratará de todos esses aspectos da Língua Brasileira de Sinais. Esperamos que, ao final, você seja capaz de conhecer e colaborar para que a escola seja um ambiente de aprendizagem para todas as pessoas, inclusive para aquelas que fazem uso de uma língua diferente da nossa - a Libras.
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