Em prosa poética, o livro conta a história de Isabela, uma garota quase adolescente, que, como tantas, se acha feia e desajeitada, e não consegue nem olhar para o espelho.
A tristeza de Isabela só começa a mudar quando um sonho diferente surge para conversar com ela e reescrever a história, revelando coisas que ela nem podia imaginar.
Trecho:
Isabela não gostava de sonhar.
É que ela não conhecia os sonhos comuns da sua idade, sonhos normais de menina.
Bem que Isabela queria, morria assim de vontade. Sonhava sonhar com festas, estrelas, vestidos... balas, batons, beijos escondidos...
Mas sonho ninguém combina. As noites de Isabela seguiam outro roteiro, serviam outra rotina.
A lua acordava e dormia, ficava redonda e vazia, mas o sonho de Isabela não mudava a fantasia. Espelhos, espelhos, espelhos: era tudo o que ela via.
Opinião:
"Trama bem urdida, que tece com linguagem poética a impressão do acontecido com o sonhado, deixando para o leitor entreer entre frases e devaneios, fragilidade e força, o despertar da adolescência em Isabela. Todo o texto surge em meio a imagens de traços e cores delicados, revelando visualmente essa fragilidade e beleza do amadurecimento da menina, que encontra a si mesma através dos sonhos, espelhos da alma. Uma leiutra imperdível para pré-adolescentes." Ana Lucia Brandão, na Bibliografia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil.
"O texto de Leo Cunha tem o envolvimento de uma velha lenda. A gente começa a lê-lo e se sente como se estivesse ouvindo uma narrativa muito antiga, presente em nosso subconsciente. De repente, é como se o narrador aparecesse em carne e osso, como nos contos em que as feiticeiras, mediante uma fórmula mágica, provocam o surgimento de uma figura ou de uma realidade qualquer." Antonio Hohlfeldt, membro do júri do Prêmio Nestlé, que escolheu "Sonho passado a limpo" entre quase 3 mil concorrentes.
Prêmios:
- 1º Lugar no Prêmio Nestlé - Categoria Literatura Infantil - 1994