Todos que conheço são suicidas é o segundo livro do poeta, editor e documentarista Cristiano Silva Rato. Composto de cerca de 50 poemas, a obra nasce de um período conturbado na vida política, afetiva e social do poeta. A poesia, ele afirma, vem também como uma válvula de escape, um grito, uma possibilidade de fala. São poemas que têm em seu centro um eu lírico às voltas com questões intimistas e existenciais e que, em paralelo, mantém abertos os olhos para o mundo, dialogando sempre com as violências estruturais que lhe atingem e atingem as pessoas de sua classe e cor. O resultado é um livro singular, em que o romantismo e os poemas de amor dividem espaço com o sarcasmo e um olhar crítico para este país doente. Embora fale de um território adoecido, de relações de trabalho adoecidas, de relações afetivas adoecidas, Todos que conheço são suicidas é também um livro sobre resistência. Sobre se manter vivo, lutando, em confronto, buscando sentido em tempos de horror.
Literatura Brasileira / Poemas, poesias