Para dizer seus abismos, Marcos dá a eles uma dicção sedutora, em grande medida elaborada por essa capacidade de causar chispas na fricção de palavras-imagens mais além de seus usos mais ordeiros. A poética de Marcos, como sou capaz de a ler, é extremamente amorosa, portanto - como disse, há tempos, senhor Barthes-, "de uma extrema solidão". Percorro seus versos e protejo-me a caminhar, a seu lado, a ouvi-lo, confidente nessas palavras que não são suas, mas desses outro (Barthes): "Por mágoa ou por felicidade, sinto às vezes vontade de me abismar." (Dércio Baraúna)
Poemas, poesias