O índice das 128 obras de Santo Afonso Maria de Ligório anuncia assim nosso livrinho: 1. 1728 (?) Massime eterne (1163). Ou seja, é a obra número um do catálogo cronológico pois a data mais provável de sua composição é 1728 e são 1.163 as edições identificadas. O exemplar de referência está conservado no Arquivo Geral dos Redentoristas, em Roma, sob número S. Alf. X 34. Sobre esta pequena joia literária, expressou-se bem um dos maiores biógrafos de Santo Afonso, o Pe. Theodule Rey-Mermet: “Esse livrinho de vinte e quatro páginas, que o convertedor eficaz dava a seus grandes pecadores, foi composto pelo ano de 1728 e foi impresso e reimpresso muitas vezes sem o nome do autor. É preciso prestar homenagem às Máximas Eternas como a primeira obra de um escritor que publicará mais de cento e dez. Pode-se pensar que era ainda apenas uma brochura insignificante. Podemos, ao contrário, julgá-la uma invenção pastoral inteligente, já que, tendo em conta somente as edições póstumas, foram recenseadas 421 edições italianas e 753 estrangeiras. O opúsculo contém sete meditações, divididas cada uma delas em três pontos. Ele é claramente orientado no sentido de afastar do mau procedimento. Para mais tarde a preocupação de reanimar o afogado, por ora importa tirá-lo da água. Nele, Afonso sugere os três atos preparatórios da meditação: tomada de consciência da presença de Deus, arrependimento humilde, pedido das luzes divinas. Depois escreve: ‘Leia a meditação passo a passo. Após cada ponto, demore-se na consideração desta máxima eterna. Depois tome a resolução expressa de livrar-se deste e daquele vício. Enfim, faça os atos que estão a seguir.’ Seguem fórmulas muito elaboradas de fé, de esperança e de contrição perfeita. As sete meditações visam exclusivamente arrancar o pecador de seu enfeitiçamento: o fim do homem, a urgência em se preparar para isso, o pecado mortal, a morte, o julgamento, o inferno, a eternidade de suas penas. Frases curtas, irresistíveis, essenciais. Cada golpe acerta em cheio. É impossível escapar-lhe. É preciso morrer. Morrer ao pecado. (…) É que este guia não abandonava ninguém no meio do caminho. O livrinho Máximas Eternas era somente o primeiro passo.” [REY-MERMET, T. Afonso de Ligório: uma opção pelos abandonados. Aparecida: Santuário, 1984. Tradução: Pe. José Braz Gomes, CSsR; Carlos Felício da Silveira].
Religião e Espiritualidade