"Sei que muitos gritarão isso — trans, trans, trans! — como forma pejorativa, como insulto, escárnio, esconjuro, maldição. Sei que muitos, quando me definirem como mulher trans, o farão para me colocar numa subcategoria de ser humano, num patamar inferior, como se dissessem: você é uma mulher incompleta, sem útero, sem menstruação, árvore que nunca vai dar frutos.
Desirée é uma garota trans negra, de 20 anos, que vive numa pequena cidade do interior potiguar.
Ela está se preparando para fazer a cirurgia de redesignação de gênero e enfrenta todos os dilemas, tabus e preconceitos inerentes ao processo, mesmo com o apoio irrestrito dos pais — um casal inter-racial que também enfrenta o racismo estrutural encravado naquela região: a mãe branca, descendente de judeus marranos; e o pai cafuzo, descendente de negros quilombolas e indígenas originários das tribos tapuias que habitavam as terras desde o período da colonização.
Dionísio é o jovem médico que acaba de ser contratado para a unidade básica de saúde de Tarairiú
(a pequena cidade potiguar), ingresso no Programa Mais Médicos.
Desirée e Dionísio se apaixonam loucamente e, juntos, vivem o sonho utópico de formar um casal como qualquer outro e adotar uma criança.
Para Dionísio, o maior desafio é enfrentar o dilema com a ex-noiva que vive na capital, a psicóloga responsável para dar o aval da cirurgia de Desirée.
“Nosso tempo é agora” é um romance polifônico, ou seja, contado pelas vozes de vários personagens."
Drama / LGBT / GLS / Romance