Exílio

Exílio Fernando Vaz


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Exílio


Romance




“...apenas percebe que estão todos refugiados, cada qual exilado dentro de si mesmo, mais que em sua cidade, em seu apartamento. Sim, cada qual exilado dentro de si mesmo. Cada qual exilado na sua profissão. Cada qual exilado na sua ideologia. Mais que aceitar a própria individualidade, viver é aceitar o outro. O resto é exílio, consciente ou não. Já viver é o contrário, é aproximar-se, é aceitar.”
Por sua unidade, Exílio pode ser visto como um romance, embora composto de contos independentes que se unem por um único evento, a morte solitária de seu Arlindo, um bancário aposentado. Esse fato, por meio do fluxo de consciência de cinco personagens, traz à tona o clima do período áureo da Ditadura Militar, entre 1968 e 1974, e, em certa medida, é um contraponto à mística que se formou à época que transformava em herói todos aqueles que, por razões reais ou imaginárias, deixavam o país ou fugia para a clandestinidade. Na verdade, os maiores exilados eram aqueles que ficavam, aqueles que enfrentavam o dia a dia de um país sem perspectivas, de uma sociedade conservadora, fechada e enclausurada em seus problemas e preconceitos. Sim, esse foi o pior dos exílios, o exílio aqui, o exílio na própria pátria, o exílio em si mesmo que foi vivido por todos aqueles que viveram aqui os ditos anos de chumbo, sem cooptar com os ditadores nem concordar com as outras formas de extremismo. E esse foi o mais cruel dos exílios, porque quando o exilado percebe que pode voltar à sua pátria, descobre que nunca saiu de sua pátria que, de resto, não existe, nem nunca existiu, nada mais é que ele mesmo e o seu mundo interior.
O livro se alinha com a dita literatura marginal da década de 60 e 70, antes de ser cooptado pelo establishment. Esse movimento se compunha de autores independentes, cujas obras não encontravam espaço nem repercussão na mídia, na academia e no mercado editorial; autores que, normalmente, ganhavam a vida em profissões sem qualquer vínculo com a atividade literária e que, por isso, diziam com orgulho que não viviam de escrever, mas, sim, para escrever. Eram característica desse movimento, o antiacademicismo, o uso de uma linguagem tão próxima quanto possível da língua corrente, a quebra de regras e normas.
Com as mesmas virtudes e defeitos da época em que foi concebido e escrito, vai aí o livro.

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