"Sofia,
é difícil escolher entre um caminho incerto e outro perdido. Mas sei que acertamos, quando somos exatos, e erramos, quando somos inexatos. A vida nos surpreende dia após dia, e nos presenteia sutilmente com a ação do tempo. Cuidado ao se aliar a ele, pois, assim como trará consigo coisas boas, mas uma má administração, poderá lhe garantir grandes dissabores. Não acredite em qualquer coisa. Tenha atenção quanto as oportunidades. Nem tudo é o que parece ser. Uma coisa é a aparência, outra coisa é a essência. Cuidado ao considerar um choro inocente. Estou indo, numa jornada, sem conhecer o seu fim, e deixo para trás o que me prenderia aqui, pois agora, sou um homem livre:
Deixo a vida, pois esta nunca me deu respostas.
Deixo o amor, pois este só me trouxe sofrimentos.
Deixo a guerra, pois nunca me trouxe paz.
Deixo a paz, guerreei para conquistá-la.
Deixo o vazio, este nunca foi preenchido.
Deixo a dúvida, esta nunca foi a resposta.
Deixo o coração, este nunca suportou meu amor.
Deixo a morte, por fim, pois ela é verdadeira... mas não me deixa viver.
Mas nunca te deixarei, porque te amo.
Seu pai, eternamente
Logus."
É... as vezes, quando se está no fundo do poço, é que o ser humano para, reflete... é nos momentos de angústia e tribulação que a reflexão faz a poesia, e o silêncio, a música.