Parece haver hoje um esvaziamento conceitual e institucional das figuras que ocupam uma função ordenadora dos grupos e das sociedades - simbolicamente, fala-se de figura paterna. Esse esvaziamento se deve, dentre outros fatores, à maior visibilidade da face despótica das figuras históricas de autoridade, resultante da ação dos movimentos políticos e (contra)culturais que, desde os anos 60, deram impulso novo à utopia da sociedade dirigida pelos iguais.
Os trabalhos aqui reunidos discutem o papel das figuras de autoridade e a dinâmica político-institucional a que estão confrontadas, principalmente na história contemporânea. O livro foi concebido dentro de uma perspectiva em que, junto às teorias da psicanálise e da psicossociologia, agregam-se contribuições da teoria política e da sociologia.
Para que o enfoque não se restringisse às tradicionais figuras instituídas de autoridade, nas formas convencionais de governo, esta coletânea problematiza também o aparecimento de outras "figuras paternas", empíricas e principalmente simbólicas, no domínio da vida privada e no plano político.
Direito / Psicologia