Denny Possenti tem sete anos de idade, mãe dependente química, pai louco e alcoólatra, colegas que o maltratam e o julgam um idiota. Quando está sozinho, para tentar superar a eterna sensação de medo, inventa histórias inquietantes. Seu único amigo é alguém que se autodenomina Homem dos Sonhos, um velho maltrapilho, cruel, sempre com uma bengala na mão. Se alguém abusa de Denny, o Homem dos Sonhos sempre aparece. E se vinga.
Pietro tem 14 anos, é autista e tem um talento extraordinário para desenhar. É a única pessoa que testemunhou o desaparecimento misterioso de quatro meninos. Sua forma de comunicar o que sabe é desenhar o que viu. E o que Pietro viu é de gelar os ossos. Ninguém acredita nele, exceto sua educadora profissional, Alice: os desenhos tiram seu sono e a jogam em um pesadelo, trazendo a lembrança de algo que ela há muitos anos tinha tentado eliminar. Mas o passado retorna e agride.
Impiedoso e onírico, O Devorador não dá escapatória ao leitor, arrastando-o em um sonho angustiante e opressivo, no qual é impossível distinguir a realidade da ficção. Lorenza Ghinelli recebe elogios de veículos e escritores como Valerio Evangelisti, um dos mais populares autores europeus de ficção científica e terror: “Linguagem perfeita, muito longe dos lugares comuns do noir e do horror, com os quais não deixa de ter parentesco”, afirma o consagrado escritor italiano.
Com um suspense crescente, comparado à escrita de Stephen King e aos filmes de Alfred Hitchcock, a jovem Lorenza Ghinelli constrói uma relação assustadora entre as visões de Pietro e os eventos macabros que rondam o Homem dos Sonhos – o Devorador. Com a alternância entre história de 1986 e 2006, que se complementam e dão o tom à trama, o envolvente romance de Ghinelli faz com que o leitor se veja “imerso numa obra de puro virtuosismo”, nas palavras de Valerio Evangelisti.