Políticas do sexo

Políticas do sexo Gayle Rubin


Compartilhe


Políticas do sexo (Argonautas)





Dois ensaios de referência fundamental para os estudos de gênero e sexualidade são reunidos e publicados neste volume. “O tráfico de mulheres” foi publicado em 1975, sob o impacto da tradução de Lévi-Strauss e da crescente presença do marxismo e da psicanálise no meio acadêmico estadunidense, num período em que as ciências humanas afirmavam que a desigualdade não era natural (mas social), e a antropologia se questionava sobre a universalidade da opressão das mulheres. Revendo e problematizando autores canônicos – Marx e Engels, Lévi-Strauss, Freud e Lacan – Rubin utiliza pela primeira vez o termo gênero num texto de teoria antropológica, afirmando a existência de um sistema de sexo-gênero, associado à própria passagem da natureza para a cultura. Ela critica e questiona a heterossexualidade implícita no raciocínio desses autores – como a presença de um tabu anterior ao do incesto, o da homossexualidade na teoria de Lévi-Strauss. Numa linguagem acessível para não antropólogos, Rubin argumenta que gênero e sexualidade devem ser pensados em interação, sugerindo que é o próprio arranjo do parentesco que produz socialmente o gênero, uma vez que por meio do casamento e da divisão sexual do trabalho se institui a diferença entre homens e mulheres. A desigualdade social entre homens e mulheres aparece em estreita conexão com o controle da sexualidade feminina e a instituição do ideal heterossexual. Marco da reflexão sobre sexualidade, em “Pensando o sexo”, a autora argumenta que a sexualidade constitui uma categoria de desigualdade em si – em certa medida um eixo de hierarquia descolado do gênero. De modo provocativo, o texto problematiza as categorias classificatórias e expõe algumas formas regulatórias da sexualidade, como o direito e a medicina. Em diálogo com Foucault, revisões históricas como a de Jeffrey Weeks, além da evidente inspiração nas análises antropológicas que descrevem a diversidade cultural com relação à sexualidade, Rubin criticou a moralidade sexual subjacente às teorias e aos movimentos sociais com a mesma veemência com que tratou o status quo da teoria antropológica. Estes ensaios constituem os dois textos mais influentes de uma autora que se afirma militante feminista e pelos direitos das minorias sexuais. São textos fundamentais para entender o debate contemporâneo sobre gênero e sexualidade.

Não-ficção / Sociologia

Edições (1)

ver mais
Políticas do sexo

Similares

(13) ver mais
A sociedade contra o Estado
A Inconstância da Alma Selvagem
Sociologia e Antropologia
Antropologia Estrutural

Resenhas para Políticas do sexo (8)

ver mais
Para que possamos sempre discutir sobre sexualidade
on 31/12/21


As discussões sobre gênero e sexualidade seguem seus fluxos e continuam ramificando reflexões e é muito bom poder ter contato com produções mais anteriores que colocam em dizeres algumas situações-chave, mas que também fazem pensar que precisamos avançar bastante. Não é um livro tão simples, muitas referências, excesso de leituras acumuladas e palavras que carregam muitos significados. A leitura foi ótima, trabalhosa, estimulante e ao mesmo tempo desviante, não são textos que se encer... leia mais

Estatísticas

Desejam70
Trocam1
Avaliações 4.4 / 75
5
ranking 61
61%
4
ranking 32
32%
3
ranking 7
7%
2
ranking 1
1%
1
ranking 0
0%

31%

69%

Paula
cadastrou em:
24/09/2017 18:42:40
Perigor
editou em:
19/10/2020 15:03:05

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR