A obra "Veleiro Garça Azul, o lado duro da vela" se constitui de um apanhado de seis histórias sobre fatos reais vividos pelo autor e a prática do esporte de sua paixão, o iatismo oceânico. Descreve suas experiências como narrador de uma obra literária e detalha o surgimento do interesse pelo iatismo no seu prefácio. Lá se encontra, de forma descontraída e interessante, o glossário de termos náuticos, expressões específicas estranha ao público não especializado e fundamental no enredo dos acontecimentos. No primeiro episódio o solitário navegador é surpreendido por atroz tempestade com a qual peleja horas a fio até o final de suas forças. A luta tem um desenlace surpreendente produzido pelas forças da natureza que o desafiam. No segundo relato vemos a deliciosa velejada de fim de semana prolongado evoluir até a inconveniência surgida com a alteração dos elementos naturais criar o cenário e oportunidade para o insólito e o incompreensível. Uma maratona de manobras e contra manobras são exigidas na atracação mais desastrada relatada no terceiro capítulo, explicitando o inesperado e desafiador que o mar reserva para seus navegantes. O mais longo e intrigante dos relatos se segue sobre a escala que a nau faz em Búzios na costa norte do Rio de Janeiro em sua jornada até a Bahia, em plena copa do mundo de 1994. Eventos de tirar o fôlego são vividos por uma tripulação incomum em meio ao caos desesperador. A mais comovente história do livro é a sua penúltima. Se passa no retorno do veleiro ao porto de partida após longo período em águas nordestinas. O relato versa sobre as peripécias e tormentas que enfrentam os vários tripulantes a suportar a jornada fatídica. O epílogo do livro traz o barco em suas primeiras navegadas e seus tripulantes inexperientes a se defrontarem com o mar e toda sua imensidão como testemunha da insegurança e sanha com recordações interessantes e jocosas. Boa leitura.
Não-ficção