Dostoiévsky afirmou certa vez: "Temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento."
Essas palavras martelavam a cabeça da gente, quando conhecíamos aquelas pessoas cujo comportamento no campo de concentração, cujo sofrimento e morte testemunham essa liberdade interior última do ser humano, a qual não se pode perder.
Sem dúvida, elas poderiam dizer que foram dignas dos seus tormentos. Elas provaram que, inerente ao sofrimento, há uma conquista, que é uma conquista interior, íntima.
A liberdade espiritual do ser humano, a qual não se lhe pode tirar, permite-lhe, até o último suspiro, configurar a sua vida de modo que tenha sentido. Pois não somente uma vida ativa sem medo... Se é que a vida tem sentido, também o sofrimento o terá.
Porta de entrada para a logoterapia, a "terceira escola vienense de psicoterapia", o texto de Frankl descreve em linguagem narrativa como sentiu e observou a si mesmo, e às demais pessoas, e seu comportamento num campo de extermínio nazista. Toca na essência do que é ser humano: não renunciar ao sentido da vida.
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