Mesmo quem já conhece Santa Teresa do Menino Jesus e a sua «pequena via», surpreende-se e comove-se ao ler estes pontos de meditação tirados dos Manuscritos autobiográficos, das Cartas e das Últimas conversas da carmelita. Destacados do texto, os pensamentos parecem revelar com nova força toda a grandeza da alma da Santa que fez da sua pequenez a sua arma. Teresa encontrou no espírito de infância a via para Deus. Sempre se considerou uma bola de brinquedo nas mãos do Menino Jesus, para que fizesse dela o que quisesse: brincar com ela, abri-la, virá-la do avesso, chutá-la de cá para lá ou deixá-la esquecida num canto. A confiança e o abandono no Senhor foram o clima de todos os seus esforços. Nós, que não fomos chamados a grande feitos, que desconfiamos das nossas forças e nos sentimos fracos e cheios de defeitos, que nos sentimos incapazes de sacudir o ambiente amodorrado e mover as almas a seguir Cristo; todos nós temos na vida diária, aparentemente rasteira e sufocante, um esplêndido convite para alcançarmos essa fé que se abandona na infinita misericórdia de um Deus que cuida de nós como nenhum pai ou mãe da terra podem cuidar.
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