A aventura de George Moura
Minha afeição pelo teatro permance a mesma, acrescida de um certo remorso por eu ter sido tão rigoroso com gente de talento que fazia um teatro que deploro. Neste livro de George Moura, ele me obriga a rever a comédia de erros da minha juventude, meus erros de julgamento, minha imaturidade, em suma.
Num prodigioso trabalho de pesquisa. Moura ressuscitou mais de mil e duzentos artigos que escrevi no Diário Carioca, 1957-1963. Sua tese, agora transformada em livro, "Paulo Francis, o Soldado Fanfarrão", que sou eu, segundo George, que não é, entendam bem, meu apologista.
Ele faz uma autópsia de um crítico de teatro chamado Paulo Francis, que teve certa influência, e está longe de concordar com tudo que Paulo Francis escreve. É isso que dá interesse maior à obra, que não seja apologética ou bajulatória.
George é senhor de si mesmo e entrou sozinho num passado produtivo do nosso teatro, que espero refletir no que escrevi, ou seja, o vigor da criação de um Nelson Rodrigues, Millôr Fernandes e Gianfresco Guarnieri, entre outros.
Paulo Francis, de Nova York
Crônicas