Escrito em linguagem naturalista, o romance assumo, por vezes, feição de documentário científico, tratando a seca de 1877 como fenômeno climático e a fome como fenômeno biológico, destituídas ambas as conotações míticas ou infortúnios poéticos. Aqui, Rodolfo expõe a linguagem da objetividade, e não a da beleza. O retrato da seca e da fome, com seu longo cortejo de terror, aviltamento, humilhações, vergonhas e ruínas, surge aos olhos do leitor gotejante de miséria e podridão, pavoroso como um espectro diante do qual se recua com repulsão e horror.
Literatura Brasileira / Romance